Berlin | O ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush criticou, nesta quarta-feira, a retirada das forças da Otan do Afeganistão, um “erro” do qual, segundo ele, “mulheres e meninas afegãs” vão sofrer.
Mulheres e meninas afegãs sofrerão danos incalculáveis. É um erro, “isso é tão alarmante em uma entrevista à mídia alemã”, Deutsche Welle, “o ex-presidente, que enviou tropas dos EUA ao Afeganistão no outono de 2001, após os ataques de 11 de setembro.
“Eles serão deixados para trás para serem massacrados por essas pessoas muito brutais, e isso parte meu coração”, disse o ex-presidente republicano nesta entrevista concedida por ocasião da visita de Angela Merkel a Washington.
Bush também disse acreditar que o chanceler alemão “sente o mesmo que ele”. Ele elogia a “classe e dignidade” de Merkel, que deixará a chancelaria no outono após 16 anos no comando da Alemanha.
O chanceler se encontrará com o presidente democrata Joe Biden na Casa Branca na quinta-feira.
O comandante das forças dos Estados Unidos e da OTAN no Afeganistão, general Austin Scott Miller, passou sua mão na segunda-feira em uma cerimônia lembrando a iminente retirada final das forças estrangeiras do país, enquanto o Taleban continua ganhando terreno.
A passagem da tocha é uma das últimas etapas antes da partida definitiva das forças estrangeiras do Afeganistão, que deve terminar no final de agosto.
Cerca de 2.500 soldados americanos – e 7.000 de outros países – estavam no Afeganistão quando iniciaram sua retirada no início de maio.
Essa retirada poria fim aos 20 anos de interferência de uma coalizão liderada pelos Estados Unidos que entrou no Afeganistão em outubro de 2001, após os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, após a rejeição do regime Talibã. Extradição do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, que lhe concedeu asilo.
Ele interveio em meio à ofensiva do Taleban, permitindo que eles tomassem grandes áreas de território contra um exército afegão agora desprovido de apoio aéreo americano crucial e que tinha pouca resistência.