Kiev | A Ucrânia alertou na sexta-feira os migrantes que tentarão cruzar sua fronteira com a Bielo-Rússia e, em seguida, ingressar na União Europeia, ameaçando empurrá-los de volta por todos os meios possíveis, até mesmo com armas.
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“Se a vida e a saúde dos guardas de fronteira forem ameaçadas, usaremos todas as proteções disponíveis para nós segundo a lei, incluindo armas de fogo”, disse o ministro do Interior, Denis Monastirsky, em uma entrevista ao parlamento.
Milhares de migrantes tentam há meses chegar à União Europeia vindos da Bielo-Rússia. A situação piorou nas últimas semanas, quando uma multidão de vários milhares se formou na fronteira entre a Polônia e a Bielo-Rússia, causando grandes tensões entre Minsk, apoiada por Moscou, e Bruxelas.
As autoridades da Ucrânia, um país vizinho da Bielorrússia e de vários países da União Europeia, temem que os migrantes retidos nas fronteiras da Polónia e do Báltico tentem chegar à União Europeia através da Ucrânia.
Os europeus acusam o regime do presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, de ser o mentor desse fluxo de migrantes – a maioria deles do Oriente Médio – ao emitir vistos em retaliação às sanções ocidentais.
Alguns países, incluindo Polônia e Ucrânia, acusaram Moscou – o principal aliado de Minsk – de puxar os fios da crise.
“Não descartamos a possibilidade de a Rússia enviar deliberadamente um grande número de imigrantes ilegais para nossas terras através da Bielo-Rússia”, afirmou o ministro do Interior ucraniano no mesmo discurso transmitido pela televisão.
“Estamos nos preparando para esta situação”, disse ele, acrescentando, no entanto, que a situação atual na fronteira entre a Ucrânia e a Bielo-Rússia está “sob controle e estável”.
Kiev anunciou na semana passada sua intenção de posicionar milhares de guardas de fronteira e policiais em sua fronteira com a Bielo-Rússia.