Postado em 19 de novembro de 2021, 17h07Atualizado em 19 de novembro de 2021, às 17h08
Como o Cupido e a Morte desceram para a mesma pousada para passar a noite lá, a Marcha Mundial se reunirá. Determinado a dar um pouco de tempero ao cotidiano, o servo do dono do lugar já teve a ideia de trocar suas flechas. Então os amantes começam a definhar, os velhos se regeneram e os inimigos se reconciliam. A natureza, horrorizada, clama aos deuses para restaurar a ordem. Mercúrio cuidará disso e anunciará que os falecidos amantes terão dias felizes na Champs-Elysées.
Portanto, resumir o enredo pode parecer absurdo. Ela é, e essa era a sua natureza. No século XVII a máscara, termo derivado da origem deste parque recreativo, próximo ao baile à fantasia, evocava teatro, música e dança em composições coletivas relendo mitos antigos com um sorriso malicioso. Se a maioria dessas obras inglesas típicas (uma mistura de gêneros que lembra, é claro, Shakespeare) desapareceram ou sobreviveram de uma maneira muito incompleta, Cupido e Morte é uma exceção, embora não haja nenhum traço de coreografia.
Apresentado pela primeira vez em Londres em 1653, o espectáculo pretendia divertir o embaixador português. O roteiro de James Shirley (1596-1666), auxiliado pelos músicos Christopher Gibbons (1615-1676) e Matthew Locke (por volta de 1621-1677), deve ter cumprido perfeitamente seu trabalho de acordo com a adaptação proposta por Joss Hoppen e Emily Wilson. Se não se trata de deslumbrar o espectador com o esplendor da produção como no passado, é de fazê-lo sonhar e rir, de afugentá-lo numa história frenética, de boa vontade onde o desânimo quer pairar, e onde o servo se apaixona pelos macacos que apresenta como atração. “O ritmo e a forma vivazes podem evocar a comédia musical”, Conheça Sébastien Daucé. Também pensamos em Molière e commedia dell’arte
Fantasia e ilusão
Músicos e cantores, atores e atrizes e técnicos, e atores e técnicos dividem o mesmo palco, os mesmos trajes coloridos de Julia Brucher e Sabine Schlemmer e o mesmo senso de humor. Neste espetáculo onde reinam a imaginação e a ilusão, a imaginação do espectador é constantemente invocada: uma caixa de papelão torna-se máscara, um assemblage de pinturas de ambiente. E sinais caracterizam a história como em filmes mudos.
Criado em Caen antes de ir a Paris para uma longa turnê, esse show é tão original quanto emocionante também permite que você ouça música rara, mas pouco conhecida (há uma gravação criada em 1983), muito bem criada e maravilhosamente interpretou e Song (Lucille Ricciardot, sempre impressionante) anunciando a posteridad, as de Blow e Purcell. Nascido da colaboração de diversos talentos, este trabalho se beneficia de um trabalho em equipe feito tanto quanto original. Direto no alvo!
Cupido e morte
Estágio
Christopher Gibbons e Matthew Locke
Direção Musical: Sebastien Ducey.
Dirigido por: Joss Hoppen e Emily Wilson.
Teatro de Atenas 01 53 05 19 19
Até 27 de novembro, às 2h, sem interrupção.