As citadas lagartas são larvas de arenque do Atlântico, têm cerca de um mês de idade e têm um comprimento médio de 2 cm. Como a maioria das larvas de peixes, tem um corpo quase transparente e desprovido de escamas.
A fase larval é um período crítico para a reposição do estoque de peixes. Nesse período, a taxa de mortalidade é muito elevada, principalmente devido à predação, e poucos indivíduos chegam à idade adulta.
Principalmente nessa fase, o corpo e os órgãos do peixe se desenvolvem, desde a abertura da boca até o crescimento de todas as nadadeiras. Portanto, as larvas são mais sensíveis às mudanças no ambiente em que se desenvolvem do que os adultos. Porém, no contexto das mudanças climáticas, torna-se necessário saber se as larvas são capazes de sobreviver e se desenvolver adequadamente no que diz respeito aos diferentes cenários desenvolvidos pelo trabalho científico do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para os oceanos em 2100.
Para tentar responder a esta pergunta, as larvas são criadas em um ambiente experimental desde o nascimento até o final do período larval (Projeto CoCKtAIL-IFREMER-AWI). Isso significa que os parâmetros do ambiente (físico ou biológico) em que as larvas crescem são controlados para poder descrever o efeito exato de um ou mais dos parâmetros combinados.
Aqui, as larvas de arenque são criadas sob as chamadas condições de controle, que refletem o ambiente atual, e sob condições nas quais a temperatura e a acidez da água aumentam para imitar as futuras condições do oceano. O cruzamento permite o acesso direto às larvas e, ao comparar os indivíduos de acordo com seu ambiente de reprodução, é possível compreender os efeitos das mudanças climáticas no funcionamento, desenvolvimento e sobrevivência dos órgãos.
Este estudo enfoca um grupo de arenques que se reproduzem no inverno ao longo das costas da Normandia e Nord-Pas-de-Calais e representam um importante recurso econômico. Se o arenque é importante para os humanos, também tem um lugar essencial na cadeia alimentar porque serve como alimento para peixes, pássaros e outros mamíferos marinhos. O futuro do arenque em face da mudança climática, portanto, levanta questões ambientais, sociais e econômicas críticas.
