(Washington) Depois de vários reveses legais, a administração Biden pediu na quarta-feira à Suprema Corte que interviesse para encerrar a contestada política de imigração de Donald Trump de devolver requerentes de asilo ao México enquanto seu arquivo está sendo analisado.
O governo do presidente democrata assumiu a Suprema Corte, por maioria conservadora, para ouvir uma decisão do tribunal de apelações que este mês ordenou a manutenção do programa aprovado “Permanecer no México”, implementado em 2019 pelo anterior, segundo documentos judiciais consultados por AFP quinta-feira.
Ao chegar à Casa Branca em janeiro de 2021, Joe Biden rapidamente começou a desmontar essa polêmica política, oficialmente chamada de Protocolos para Proteger os Imigrantes (PPM), mas um tribunal do Texas ordenou que ela voltasse à ação em agosto.
Assim, os Estados Unidos tiveram que reconstituir parcialmente essa política, em acordo com o México, enquanto contestavam a decisão em um tribunal federal de apelações, sem sucesso.
Este programa “expõe os imigrantes a riscos inaceitáveis” e “prejudica os esforços do poder executivo para administrar a imigração regional”, observa o texto enviado.
Entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020, pelo menos 70.000 requerentes de asilo, principalmente da América Central, foram devolvidos ao México sob este programa, causando uma crise humanitária neste lado da fronteira, agravada pela pandemia, de acordo com o Conselho de Imigração dos EUA.
Os Estados Unidos estão enfrentando um grande influxo de imigrantes em sua fronteira ao sul. As autoridades mexicanas registraram mais de 190.000 imigrantes este ano entre janeiro e setembro, três vezes mais do que em 2020.