A palavra “Guiné” é repetida pelos nomes de quatro países do mundo. Há uma explicação para isso e muitos não se surpreenderão ao saber que essa interpretação tem suas raízes no imperialismo e no colonialismo.
Três dos quatro países com o nome de Guiné estão localizados na África Ocidental e Central. São eles a Guiné, a Guiné-Bissau e a Guiné Equatorial. Estes três países foram importantes para Portugal, então uma potência europeia envolvida no comércio de africanos escravizados, bem como de outras mercadorias, por volta do século XVI em diante.
Os portugueses criaram um nome no século 15 que foi cunhado na Guiné. Ele era da Guiné e descreveu o povo de pele escura que vive entre a foz do litoral e a região da floresta tropical, até o litoral. Esta é a costa ocidental da África moderna, onde o Atlântico permanece, ou melhor, a região norte do oceano, do Gabão à Libéria, comumente chamada de Golfo da Guiné.
O nome Guiné tinha como objetivo principal distinguir esses africanos de pele escura de seus vizinhos de pele clara (mas de forma alguma caucasianos) no norte, os povos berberes. Como tal, pode ser considerado um precursor da etnoscopia nos estudos e na consciência europeus modernos.
No final do século XVI e início do século XVII, a região da Guiné estava dividida em regiões controladas por vários interesses europeus. Por isso, era comum ver a Guiné Britânica, a Guiné Portuguesa, a Guiné Espanhola e a Guiné Francesa. Essas áreas foram administradas como colônias após o fim do comércio internacional dos africanos.
Os residentes desta região tinham uma rica cultura e história pré-colonial. É nesta região que encontramos na história antiga o império de Gana, o Império do Mali e o Império Songhai. Foi o auge da civilização da África Ocidental.
Mas, em meados do século XIX, o que conhecemos na contemporaneidade começou a tomar forma. A Guiné Francesa tornou-se Guiné, a Guiné Portuguesa tornou-se Guiné-Bissau e a Guiné Espanhola tornou-se Guiné Equatorial.
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