reportagem“Na floresta amazônica” (1/2). Bruno Meyerfeld, correspondente sul-americano do “O Mundo”, foi para uma região vizinha do Peru, sem litoral na selva, onde vivem tribos indígenas, às vezes sem contato com o mundo exterior, ameaçadas pelo avanço de fazendeiros e caçadores.
Nós os vimos. Ou melhor, eu ouvi. tangível – tangível. Sentindo-me. Em algum lugar, ali, no final daquele caminho de terra úmido, nas profundezas da floresta. Sinais que nunca faltam: lenha quebrada, ferramentas primitivas, cinzas, restos de um incêndio que acaba de ser apagado. E muito, muito longe, como um sussurro do vento deslizando por entre as árvores, os caçadores ouviram gritos e vozes reconhecíveis. Eles entenderam que não estavam sozinhos, que havia outros humanos no ventre da selva.
“O que eles estão procurando, rio acima?” perguntou Kasich e os guerreiros do povo Kanamare. ” que eles “ Eles nunca chegaram tão perto, a apenas algumas horas de caminhada de São Luís, onde morava seu nativo 200-300, perdido na fronteira com a Amazônia brasileira. É fome? Curiosidade? coincidência ? Ou talvez a vontade dos espíritos dos xamãs Kohana desceu do teto do céu? Ninguém sabe ao certo. Uma coisa é certa: ” que eles “ Lá, um tapete está perto.
” que eles. “ Entre os Kanamari do Vale do Javari, uma reserva gigantesca do tamanho da Áustria, são chamados, com respeito e charme, « pais », O “Flecheiros” (“arqueiros”) ou “aqueles que vêm de trás”. As autoridades brasileiras se referem a eles por um nome menos poético; eles falam sobre “Povos Indígenas Isolados” E “Não conectado”. A última pessoa neste planeta sem ele Nenhum contato com o mundo exterior.
Assim, o Vale do Javari terá dezesseis grupos – um total de 300 a 500 pessoas, a maior concentração do planeta – que, ao contrário de Canamari, não têm ligação com a sociedade brasileira. Isso justifica a existência dessa reserva totalmente coberta por florestas tropicais, a 3.500 quilômetros de São Paulo e do Rio. Um continente por si só, talvez semelhante ao “fim do mundo”, só pode ser alcançado por barco ou avião.
Esses lugares são bem merecidos. Para chegar a São Luís, são necessárias dez horas de lancha na estação seca, saindo da cidade de Tabatinga, cerca de 300 quilômetros adentro do Amazonas e depois do Rio Javari. A navegação durante a caminhada é fornecida: Este rio é famoso por suas margens arenosas e pedras pontiagudas. Os assentamentos humanos mais distantes se encontram, no nascimento dos afluentes do Curuça, Itui ou Itacoai, em vários dias, até algumas semanas de rafting. Para áreas residenciais, acreditamos que nenhum ‘pais’ foi contactado, será necessário adicionar dias e dias para caminhadas …
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