LISBOA (Reuters) – O chefe da saúde de Portugal tentou na quinta-feira tranquilizar as pessoas, prometendo que todos podem ser vacinados contra o Coronavírus, à medida que a raiva aumenta no país por atrasos e saques a descoberto concedidos como parte da campanha de vacinação.
Nas últimas semanas, Portugal registou uma das taxas de mortalidade per capita por doença mais elevadas do mundo. O país também está atrasado em termos de vacinação em relação à Grã-Bretanha ou aos Estados Unidos.
“Todos serão vacinados – nem todos podemos receber (a vacina) no mesmo dia. Há prioridades”, disse a repórteres a diretora de Saúde Graça Freitas. “As pessoas devem confiar no sistema. O sistema vai convidar a todos para serem vacinados”, acrescentou.
Muitos prefeitos, o marido de uma médica e até a mãe de um padre já foram vacinados quando não estavam entre as pessoas prioritárias.
As primeiras doses da vacina devem ser reservadas para indivíduos expostos, residentes de asilos e pessoas com mais de 80 anos.
O Partido Social-democrata da oposição pediu às autoridades que respondessem às acusações contra eles, à medida que aumentavam as críticas entre os eleitos, sindicatos e residentes, denunciando os privilégios de alguns de serem vacinados.
“A fraude na vacinação mina a confiança dos cidadãos em suas instituições”, escreveu o enfermeiro Mario Macedo no Twitter. “As vacinas são escassas (e) a fraude pode atrasar o objetivo de proteger os mais vulneráveis”, disse ele.
O diretor da unidade de vacinação, Francesco Ramos, renunciou, nesta quarta-feira, após admitir “irregularidades” no processo de seleção de pessoas para vacinação no hospital da Cruz Vermelha que dirige.
Em Portugal, um país com 10,3 milhões de habitantes, até ao momento 350.000 pessoas receberam apenas a primeira dose da vacina e 75.000 a segunda dose.
(Catarina Damon, Sergio Gonçalves, Victoria e Aldersi; cópia francesa de Claude Chingo, editada por Jean-Michel Bello)