O Facebook anunciou, nesta terça-feira, que não utilizará, em sua plataforma, tecnologia de reconhecimento facial que, desde 2010, identifica uma pessoa em fotos ou vídeos postados na rede social.
• Leia também: Web Summit: denunciante do Facebook critica nova estratégia do grupo
• Leia também: Facebook destrói a “Fábrica de Trolls” para manipular a opinião pública
O grupo da Califórnia envolvido em escândalos sobre seu modelo de negócios também indicou que excluirá dados de reconhecimento facial acumulados em mais de 1 bilhão de usuários, de acordo com um comunicado.
“Essa mudança marcará um dos avanços mais significativos em relação ao uso de reconhecimento facial na história dessa tecnologia”, destacou Jerome Bisenti, vice-presidente de inteligência artificial da empresa.
“Mais de um terço dos usuários do Facebook todos os dias têm reconhecimento facial e podem ser reconhecidos”, disse ele.
Portanto, “mais de um bilhão de formas digitais de reconhecimento facial” serão excluídas.
Esse movimento inesperado significa que algumas ferramentas de rede populares não funcionarão mais: quando um usuário posta uma foto, o algoritmo não adivinha mais os nomes das pessoas nela, por exemplo.
Meta, a nova controladora do Facebook e de suas outras plataformas (Instagram, WhatsApp, etc.), percebe que essa tecnologia pode ser útil no dia a dia, principalmente para desbloquear a tela do smartphone.
Também levanta “muitas preocupações”, disse Jerome Bisenti, especialmente porque as autoridades ainda não estabeleceram “regras claras” sobre seu uso. “Dada a incerteza atual, acreditamos que limitar o uso de reconhecimento facial a um número limitado de casos é apropriado.”
O Facebook está enfrentando ondas de acusações relacionadas ao vazamento de documentos internos orquestrados pelo denunciante.
A cientista da computação Frances Hogan afirmou, perante o Congresso dos Estados Unidos e o Parlamento Europeu ou participantes do Web Summit em Lisboa, que a rede social coloca seus lucros antes da segurança dos usuários.