A 27 de outubro, a Assembleia Geral da República Portuguesa votou contra o projeto de Orçamento do Estado para 2022 elaborado pelo Governo do Primeiro-Ministro António Costa. Este desmentido do governo e, portanto, do Partido Socialista, levou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a dissolver a Assembleia e a convocar eleições legislativas antecipadas para 30 de janeiro.
A divisão entre os partidos de esquerda levou a essas eleições antecipadas
Desde as eleições legislativas de 2015 e o memorando de censura ao governo PSD que se seguiu, o Partido Socialista, com o apoio de outros partidos de esquerda, tem maioria na Câmara. Este acordo particular com os partidos de esquerda foi descrito como “geringonça” – o que é estranho – esta maioria permitiu ao Partido Socialista governar o país, mas foi bastante frágil, pois contou com o apoio do Partido Comunista Português e do Bloco de Esquerda. Esta desagregação dos apoios permitiu ocupar integralmente mais de 50% dos assentos no Parlamento durante as negociações do Orçamento do Estado para 2022. Os dois partidos apresentam divergências significativas com o Partido Socialista sobre as principais medidas do orçamento. Eles criticaram particularmente o partido de Antonio Costa por não respeitar suas demandas de aprofundamento de medidas sociais como: creches gratuitas, aumento do salário mínimo e pensões. Essas divergências levaram ambos os partidos a votar contra o orçamento, que foi rejeitado, pela primeira vez desde a transição do país para a democracia. Isso mergulhou o Partido Socialista, o governo e, em geral, o país em uma crise política. O Presidente da República anunciou… dissolução da Assembleia Nacional Ele convocou eleições antecipadas para formar um novo conselho e, portanto, um novo governo. Resta saber qual maioria sairá das urnas.
Eleições legislativas com resultados incertos
As eleições serão realizadas no dia 30 de janeiro. As duas principais forças políticas, o Partido Socialista de esquerda e os partidos de direita do Partido Social Democrata, ocuparam largamente a liderança nas pesquisas de opinião. No entanto, a acreditar nessas pesquisas, nenhuma delas terá a capacidade de obter a maioria absoluta e, portanto, terá que exigir o apoio de outras forças políticas do país para poder governar. De acordo com outra sondagem publicada pelo jornal Expresso, o Partido Socialista liderado por António Costa terá 38% das intenções de voto, obteve 36% nas últimas eleições, em 2019. O PSD em Rui Rio, que obteve 27% das vote em 2019 Eles atualmente têm 32% de intenção de voto e parecem ter uma carta para jogar. Chiga, o partido de extrema-direita, tem 7% das intenções de voto, número que está aumentando. Atrás encontramos a CDU (aliança entre o Partido Comunista e o Partido Verde) com 6%, o Partido Trabalhista com 5% e a Iniciativa Liberal com 5% também. No entanto, as sondagens de opinião nem sempre são fiáveis, como foi o caso das eleições autárquicas de Lisboa no passado mês de setembro.
Se o Partido Socialista parece liderar as pontuações mais altas, obter a maioria absoluta parece muito complicado e a questão principal está na capacidade do partido de obter o apoio de outras forças políticas. De fato, na esteira da profunda cisão entre os partidos de esquerda durante a votação do orçamento, o Partido Trabalhista e o Partido Comunista do Paquistão não são mais parceiros claros do Partido Socialista. Alguns analistas políticos chegam mesmo a falar de um possível bloco central entre os dois principais partidos, o PS e o PSD. A situação é altamente incerta, pois o atual primeiro-ministro e secretário-geral do Partido Socialista disse que apresentará sua renúncia se não obtiver uma maioria absoluta que lhe permita governar de maneira estável por quatro anos.