(Santo Domingo) A República Dominicana anunciou, nesta terça-feira, a retomada de suas exportações para o Haiti por “motivos humanitários”, cerca de uma semana depois de fechar suas fronteiras com o vizinho após o assassinato do presidente haitiano Jovenel Moise.
“O governo dominicano decidiu, por meio do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, permitir por motivos humanitários a retomada das exportações para o Haiti”, anunciou a presidência em seu site.
A decisão visa manter o comércio haitiano “nos níveis necessários para reduzir a possibilidade de um déficit público que causaria instabilidade social e fluxos migratórios”, segundo a Presidência da República.
Para o governo dominicano, “a sustentabilidade da segurança depende em grande parte da normalização do comércio entre os dois países”.
A República Dominicana fechou sua fronteira com o Haiti em 7 de julho, poucas horas depois que Jovenel Moise foi assassinado em sua casa por comandos armados. No domingo, a polícia haitiana disse ter prendido 21 pessoas, incluindo 18 colombianos e 3 haitianos (dois dos quais também têm cidadania americana).
A República Dominicana também reforçou sua presença militar na fronteira, uma área “em paz total” e “totalmente segura”, segundo o presidente dominicano Luis Abenader. Os mercados binacionais nas províncias fronteiriças foram suspensos.
A República Dominicana e o Haiti, que compartilham a ilha caribenha de Hispaniola, têm uma fronteira comum de cerca de 380 quilômetros por onde passa um afluxo maciço de pessoas em situação irregular, em sua maioria imigrantes haitianos em busca de melhores condições de vida.
“Os cidadãos haitianos precisam dos produtos agrícolas e agroindustriais dominicanos para atender às suas necessidades alimentares”, afirma o texto do governo dominicano.
Em 2019, o comércio entre a República Dominicana e o Haiti totalizou US $ 829,8 milhões, de acordo com o Ministério da Economia.